Claro que o assunto é manjado. Claro que há interesses poderosos, mas não custa manifestar a minha opinião.
Há uns dois anos e meio atrás, numa aula de psicologia, um professor estava comentando sobre algumas ‘peculiaridades mórbidas’ da nossa sociedade. Ele dizia que nós, seres humanos, conseguimos a ‘proeza mórbida’ de sermos obesos e anêmicos. Problemas de uma sociedade baseada no consumo cujo objetivo é saciar vontades imediatas obtendo o máximo de prazer de cada instante. Desta forma nos entopem de gorduras trans, polissacarídeos, colesterol e outros. Como buscamos o prazer imediato e inconseqüente não ingerimos ferro, vitaminas, fibras e etc...
Ele também disse uma coisa sobre uma mamãe que, ao acordar, toma um Prozac para conseguir sair da cama. Depois do café da manhã ela toma Inibex para controlar o apetite. Antes do almoço ela toma Xenical para não absorver as gorduras que irá ingerir, no meio da tarde outro Inibex e outro Prozac para continuar de pé e, com enxaqueca, manda ver um buscopan na veia antes de dormir. Após tudo isso, quase morre de tristeza quando descobre o seu querido filhinho é drogado por que fuma um baseado.
Diante disso tudo, só posso concluir que as drogas estão por aí e, citando um médico pai de um amigo, Uma pessoa que come bacon e fuma maconha todos os dias morre por entupimento de artérias.
Defensores destas leis que proíbem algumas drogas ignoram que os seres humanos ‘pensam, logo existem’ e, assim, escolhem o que querem e, se eles querem se matar com crack, não sou eu que deveria proibir. Tudo bem, isso é tanto radical, mas é ou não é um direito de cada um escolher viver ou não e como viver ou como morrer?
Tanto na mídia quanto em livros quanto em filmes como o ‘Tropa de Elite’ ou ‘Cidade de Deus’ o que fica claro é que o problema maior não são as drogas mas as armas. Com certeza morrem menos pessoas por causa de drogas do que por causa de armas. Aliás, diga-se de passagem, o trânsito mata mais que as drogas e para isso ser verdade, nem é preciso considerar os que morrem por causa da poluição dos veículos, só os acidentes.
Voltando, o problema, convenhamos, são as armas nas mãos de criminosos. E o tráfico de drogas, indiscutivelmente, financia a aquisição de armas. E financia bem financiado, por que olhando para as armas da polícia e para a dos bandidos, nota-se que o que sobra de impostos after seus desvios é menos que o que arrecada o tráfico. Ou então que o tráfico está mais preparado para a guerra.
Uma solução me parece óbvia nesta hora. Apesar de utópica, em sua essência é simples. Como Napoleão enfraqueceu a Inglaterra? Como os EUA enfraqueceram Cuba? Com o famoso embargo. Ninguém mais faz comércio com aquela entidade e tudo está resolvido. Como o governo tenta este embargo aos traficantes? Descendo o cacete em usuários! Usando-os como isca para prender aviõesinhos de 16 anos que levarão uma surra e, caso continuem vivos, voltarão para o morro sedentos por vingança. Direto para os braços do tráfico.
Agora, a cabeça ninguém usa? Digo, aparentemente a droga mais consumida é a tar da Maria Joana. Ou seja, provavelmente é de onde vem a maior parte do financiamento. Para se produzir esta droga não é preciso de nada além de um vaso e umas sementes. Ela não requer processos, já nasce pronta e, assim, qualquer um pode produzi-la. Agora, se você, em seu inviolável lar, tiver uma planta, for denunciado, algum juiz decidir que você merece ser investigado e, finalmente, seu lar seja violado pela justiça e lá estiver a sua plantinha, além de ir pro xadrez, sua casa vai ser tomada pela justiça, assim como fazendas são tomadas de grandes produtores de drogas. Não parece mais fácil de se promover um embargo me liberando para plantar e consumir dentro de casa do que me surrando na rua. Mesmo por que é mais fácil de todos aderirem ao plantio do que todos serem intimidados pela polícia.
12 de mai. de 2008
Descriminalização, Legalização e Afins.
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Um comentário:
É tanta hipocrisia que eu desisto dessa estória viu. Vou é fumar um baseadinho que eu ganho mais.
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